quarta-feira, 8 de junho de 2011

CASO PALLOCI

08/06/2011

Em privado, oposição admite que a CPI não deve sair

Antônio Cruz/ABr
Sob refletores, líderes da oposição mantêm as lanças erguidas contra Antonio Palocci em riste. Nos subterrâneos, reconhecem que a demissão esvazia a crise.
No início da tarde desta terça (7), quando Palocci ainda era ministro, deputados e senadores oposicionistas reuniram-se para reordenar a estratégia.
Parte dos presentes avaliava que, ao livrar Palocci de um inquérito, o procurador-geral Roberto Gurgel blindara o alvo e esvaziara a crise.
A certa altura, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) levou à mesa um comentário inusitado. Recomendou comedimento.
Um dos presentes reproduziu a frase de Lucena ao repórter assim: “Temos que ter cuidado, daqui a pouco essa turma se vira contra a gente”.
Àquela altura, tonificado pelas assinaturas de mais dois governistas –Pedro Taques e Cristovam Buarque, ambos do PDT— o pedido de CPI parecia viável.
O líder tucano Alvaro Dias informou aos companheiros que o requerimento já somava 23 jamegões. Para por a CPI de pé, faltavam quatro.
Às voltas com o tratamento de uma leucemia, Itamar Franco (PPS-MG) comprometera-se a rubricar.
De resto, dois senadores do PMDB –Pedro Simon e Ricardo Ferraço— acenavam com a hipótese de aderir à CPI.
Consumada a demissão, Simon subiu à tribuna. Elogiou Palocci. Disse que já não considera necessário nem que fosse convocado a depor numa comissão regular.
Quanto a Ferraço, condicionara seu apoio à obtenção de 26 assinaturas. A dele seria a 27a. Completaria a lista da CPI. Algo, agora, improvável.
Murcharam também os planos de arrastar Palocci para prestar depoimento numa comissão ordinária do Legislativo.
Ministro, Palocci teria a obrigação constitucional de comparecer em caso de convocação. Sem o cargo, não pode senão ser convidado.
O petista Marco Maia, presidente da Câmara, nem se deu ao trabalho de anular a manobra oposicionista que resultara na convocação de Palocci.
Considerou prejudicado o requerimento aprovado simbolicamente na conturbada sessão da Comissão de Agricultura, na semana passada.
Assim, Palocci saltou da condição de quase depoente numa CPI que esperava para acontecer para a de alvo praticamente inatingível.
Um pouco porque um pedaço da oposição parece recear o revide. Em parte por falta de instrumentos e de apoio legislativo.
Sob densa camada de lero-lero, a única iniciativa prática adotada pela oposição foi o encaminhado de ofícios ao procurador-geral da República.
Num deles, requisitou-se a Roberto Gurgel acesso ao papelório que Palocci enviou ao Ministério Público.
O pedido deve ser negado, sob a alegação de que há nas folhas dados protegidos pelo sigilo fiscal.
Noutro ofício, requereu-se que Gurgel envie os dados de Palocci à Procuradoria no DF, que o investiga por suposta improbidade administrativa.
Nesse ponto, a oposição deve ser atendida. Os advogados de Palocci já trabalham, porém, para anular o ímpeto do Ministério Público brasiliense.
FONTE: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

DIZEM QUE ESSE PAÍS É UMA DEMOCRACIA, ENTÃO ME EXPLIQUEM PORQUE LADRÃO NÃO VAI PRA CADEIA. 

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